domingo, 21 de junho de 2009

Cada Povo Tem o Governo Que Merece

“Cada Povo Tem o Governo que Merece”. Esta frase seria absolutamente verdadeira se os maus políticos não possuíssem uma das piores características das drogas, que é a de criar dependências. Estas dependências se verificam de forma geral e irrestrita, seja econômica, social e, com muito mais ênfase, intelectualmente. Muitos políticos são mestres em criar dificuldades para depois aparecerem como salvadores da pátria. Fala-se muito, ultimamente, em reforma política, em se criar mecanismos para melhorar o perfil de nossos representantes. Eu, com licença das boas almas do Congresso Nacional, não acredito. Não acredito porque entendo que o poder não é suicida, e qualquer iniciativa nesta direção significa o enfraquecimento da classe. Ninguém, conscientemente, seca a fonte da qual se sacia. Então, não tem jeito? -Pelo voto parece muito difícil, já que, sem querer ofender, nossa dependência pela droga exige cada vez mais droga para nos dá a falsa sensação de saciedade. Uma revolução social talvez fosse o caminho mais curto para apear essas sanguessugas do poder, mas os resultados seriam sempre catastróficos; nós conhecemos esta história e não devemos repeti-la. Em 1876, numa carta dirigida à princesa Isabel, que o substituía à época, dom Pedro II dizia: “Sem educação generalizada nunca haverá boas eleições; é preciso atender, o mais possível, a essa importantíssima consideração”. Passados 133 anos, o diagnostico de hoje não é diferente, mas certamente poderemos receitar novos remédios. Praticamente todos os políticos assumem a educação como prioridade em seus discursos de campanha e muitos deles depois de eleitos se preocupam mesmo em destinar mais verbas para o setor, também porque são obrigados constitucionalmente. A questão mais uma vez é: Não há nenhum interesse efetivo por parte de nossos “digníssimos representantes” em conscientizar as “massas”, sabem eles que o povo informado não os manteriam no poder, seriam definitivamente defenestrados.
Mas acho que a saída está na educação. Não na educação baseada nos currículos oficiais que promove e valida o jogo político em que estamos inseridos, mas, sobretudo, na capacidade de nossos educadores de inserirem nas suas práticas pedagógicas, o culto a articulação de idéias e a consciência crítica. Por exemplo, em vez de só preparar seus pupilos para fazerem bonito no ENEM e nos vestibulares da vida, fazer sentirem que de cada R$ 100,00 que eles gastam nas compras, mais ou menos R$ 40,00 vão para os cofres do governo em forma de impostos e que é com este dinheiro que são pagos os salários de nossos políticos, fora o que é desviado pelo ralo da corrupção destes mesmos políticos. Portanto somos nós que pagamos os seus salários e não o contrário como querem fazer ver. Se estão lá porque os elegemos e os mantemos pagando seus salários é a nós que eles devem satisfação, devemos ter esta consciência, inclusive a de negar reconduzi-los ao poder casso não correspondam as nossas expectativas

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