quarta-feira, 9 de setembro de 2009
O Preço de Cada Um
MOEDA DE TROCA - L1 Não sabemos se para o bem ou para o mal, nem o mundo político e nem o PT irão acabar como conseqüência do episódio Sarney. Sabemos entretanto, que deverão passar um tempo delicado na U.T.I cívica, e ademais tomando soro fisiológico, pois afinal o fisiologismo está na ordem do dia. Quando a crise Sarney pipocou, nós deste canto já afirmávamos que defenestrar o maranhense da presidência do Senado, não era uma missão tão fácil assim para políticos amadores. Tínhamos razão. Os cinqüenta anos de política, onde transitou por diversos partidos, sempre na situação e é bom que se diga, fez do Ribamar uma figura supra-partidária, que tem apoio nos mais diversos partidos, principalmente no DEM (ex-pefelê), de onde saiu para viabilizar sua candidatura ao Senado pelo PMDB do Amapá. O mais recente cristão-novo sarneysista é o presidente Lula - quem diria ? -, que vê no político o canal ideal para conseguir o apoio necessário para barrar as investidas oposicionistas e para garantir a adesão aos projetos mais polêmicos e que causam náuseas aos próprios petistas. Cristão-novo, mas não totalmente inexperiente, pois ao mesmo tempo em que admoesta o irrevogável Mercadante, Lula estimula outros a caírem de pau em cima de Sarney, para conservá-lo no seu canto, como um boxeador acuado. E como tal, Suplicy bate, dá cartão vermelho e Lula junta-se aos Democratas e assopra. Lula e Democratas, quem diria! A única coisa que talvez Lula e ninguém contasse no início, era a tsunamica devastação que o efeito-Sarney causaria. Todos os partidos com representação no Congresso saíram arranhados da pendenga. A maioria dos Senadores saiu respingada com as acusações de mau-uso do dinheiro público. Primeiramente, Cristovam Buarque (PDT-DF) e Tião Viana (PT-AC), que praticamente iniciaram as denúncias, viram-se envolvidos com mal explicadas ligações telefônicas, o primeiro e com passagens aéreas para parentes, o segundo. Em seguida, Renan Calheiros e Collor em debate com Pedro Simon, demonstraram com seus insultos o charco onde o Senado chafurda. Mercadante com sua irrevogável renúncia ao cargo de líder do governo no Senado, que não durou vinte e quatro horas, mostrou à soberba a quantas anda sua convicção e por extensão a do petismo. E PSDB e PT no episódio que pedia a cassação de Artur Vergílio (PSBD-AM) perante o Conselho de Ética bem mostraram que para livrar Sarney, como o chefe Lula queria, tudo era válido, até mandar a ética para o espaço. Evidente, que numa batalha há vencedores e perdedores e nesta, sem dúvida, os perdedores foram o Partido dos Trabalhadores, que no episódio perdeu além do senador Flavio Arns (PT- Pr), que saiu da reunião do Conselho de Ética (a que a imprensa oficiosa não deu muito espaço) falando cobras e lagartos e do presidente Lula que viu sua obstinada defesa de Sarney ser contestada dentro do seu próprio partido. O grande vencedor foi o fisiologismo, ficando comprovado que todos tem um preço, bastando que pague-se o preço pedido; e, foi nesta canoa furada que embarcou o antes-ético Partido dos Trabalhadores. Esta alternativa, de apoio a Sarney, que o governo optou, é extremamente arriscada, pois há um limite ditado pelas demandas do próprio partido governista, que passa exigir igual tratamento, com o argumento bastante válido de que os aliados de ocasião não podem ser considerados confiáveis, pois não resistem a um simples aceno de quem lhes ofereça mais. Luiz Bosco Sardinha Machado EM 2.010 VOTE POR VOCÊ
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Ao desconcerto do Mundo
ResponderExcluirOs bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só para mim,
Anda o Mundo concertado.
Luís de Camões
Canuto, sem comentário. Abraços
ResponderExcluir