quarta-feira, 22 de julho de 2009

A Imprensa e a Crise do Senado

José Sarney e Lula da Silva, do alto dos cargos que ocupam, as presidências do Senado e da República, não podem e nem devem sair por aí atirando pedras e culpando a imprensa pela série de irregularidades que dia após dia são atribuídas ao Senado Federal. Poderiam, pela força que tem, amordaçar os veículos de comunicação do país e evitar que notícias desagradáveis – para eles – se espalhassem por aí. No entanto seria como o médico que quebra o termômetro para não dar a conhecer que o paciente tem febre. A pedra da vez é Sarney. E não somos hipócritas para achar que ele é inocente nos crimes dos quais é denunciado, assim como sabemos também que as práticas delituosas “sarneynianas”, são comuns à imensa maioria de nossos parlamentares, o que discutimos aqui é a forma tendenciosa e parcial como parte da imprensa brasileira apresente isso à sociedade. Logo a imprensa, que é tão pródiga na cobrança do cumprimento das regras democráticas, pratica em alguns de seus segmentos, atos tão ou mais condenáveis que aqueles que tentaram silenciá-la. Então como se explicaria as denuncias soltadas a conta-gotas? Racionadas? Claro, o estoque de munição que alguns jornais mantêm contra um determinado político não pode ser gasto em uma só operação, usa-se o suficiente para derrubá-lo, reservando-se o restante para outras necessidades. Como é difícil mensurar-se o grau de solidez de uma “vítima”, ministra-se doses homeopáticas de denuncias, até sua completa capitulação. Não somos contra o papel fiscalizador e denunciante dos meios de comunicação, entendemos todavia que esta fiscalização deve ser procedida em todas as direções e tendências, governos e oposições, sem importar se foi negado ou deferido uma eventual ajuda financeira ou favor de quaisquer naturezas, só assim poderemos nos orgulhar de morar num país verdadeiramente democrático e conviver com uma imprensa livre de fato.

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