Os números
impressionam e não tem como não comparar com as estatísticas de uma guerra,
aliás, não é nenhum exagero dizer que se trata verdadeiramente de uma guerra,
ainda que não seja declarada, não se saiba bem onde começou e o pior, onde e
como vai terminar. Estamos falando
das vítimas do trânsito no Brasil. Segundo dados fornecidos pela Seguradora
Líder DPVAT, somente em 2011 foram pagas 366.356 indenizações, somando R$ 2.287.000.000,00, isto mesmo, dois
bilhões, duzentos e oitenta e sete milhões de reais.
Do total acima, 58.134 indenizações foram pagas
a familiar de vítimas que perderam a vida no trânsito, ou seja, mais 160
pessoas morreram por hora em 2011, vitimadas nesta “guerra automobilística”. Ao
todo, mais de mil acidentados foram indenizados por dia no ano passado.
O que impressiona mesmo e nos deixa
estarrecidos é que em 65% destes números aberrantes, as motocicletas estiveram
envolvidas.
Há quem considere os acidentes de trânsito um
sério problema de saúde pública, perdendo no Brasil, apenas para a desnutrição.
Também no caso de mortes só perde para o câncer e doenças cardiovasculares. Da
arrecadação total do seguro DPVAT, 45% vão para o SUS, uma forma de reembolso das
despesas hospitalares, 5% para financiar campanhas educativas inerentes ao trânsito
e o restante 50%, para a Seguradora Líder indenizar as vítimas. Notem os
senhores que nenhum percentual da arrecadação é destinado à previdência oficial
para o pagamento das pensões de vítimas que diariamente se tornam incapacitados
para o trabalho, contribuindo desta maneira com o aprofundamento do rombo de
nosso INSS.
Com referência às motos, é incompreensível a
permissividade com que municípios como Novo Oriente tratam a questão do trânsito,
onde não são exigidos o uso de capacete e habilitação, nem mesmo documentos dos
veículos. No único hospital da cidade a maioria dos leitos é diuturnamente ocupada
por vítimas de acidentes de motocicletas, fora os que são removidos para
Crateús, Sobral e até Fortaleza. Quer dizer, além de perdas de vidas humanas,
incapacitação para o trabalho e outras conseqüências, parte dos minguados
recursos da saúde é carreada para cobrir despesas que seriam evitadas não fora
a irresponsabilidade daqueles que deveriam zelar pela “coisa pública".
Em Maranguape, a colisão entre duas motocicletas deixou três pessoas mortas. As vítimas foram os condutores Antônio Clemilton, de 32 anos, Regislânio Viana, de 23 anos, e o passageiro Francisco Vieira, de 38 anos. Ambos os condutores não possuíam habilitação e as três vítimas não usavam capacete, segundo informações da PRE. O acidente ocorreu no quilômetro 32 da CE-064.
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