sábado, 21 de janeiro de 2012

DIA DO ÍNDIO 19.04 - DA MENTIRA 1º DE ABRIL

Imagem meramente ilustrativa



                No Brasil, entre a proposição, votação e aprovação de uma lei pelo Congresso Nacional, sua promulgação pela Presidência da República e a aplicação final buscando os objetivos colimados existe um longo caminho, escuro, tortuoso e cheio de desvios, quase sempre colocados ali nas entrelinhas para possibilitar as traquinagens dos políticos.
            A Constituição de 1988 fez uma espécie de “mea culpa”, com quase quinhentos anos de atraso, assegurando aos povos indígenas ainda existentes no Brasil, o reconhecimento legítimo e legal dos direitos desta minoria, historicamente negado desde que Pedro Álvares Cabral aportou por estas bandas. Complementando os dispositivos constitucionais, dezenas de Leis Ordinárias, Decretos e Portarias tiveram por objetivo interpretar, regulamentar e disciplinar a convivência do índio consigo mesmo e com seu meio irmão cara pálida.
            Daí surgiram no cenário nacional, diversas Organizações não Governamentais, associações e outras instituições similares sempre carregando nos Estatutos objetivos como demarcação de terras, preservação dos costumes, promoção social, dentre outros. Por absoluta falta de conhecimento não faço qualquer referência a nenhuma destas Instituições constituídas, com exceção apenas à “Comunidade Potyguara” localizada no município de Novo Oriente.
            Quem se der ao trabalho de visitar o endereço da FUNAI na internet vai descobrir que a comunidade Potyguara, aboletada na associação de mesmo nome no município de Novo Oriente, tem como característica as constantes disputas territoriais com usineiros da região. De cara dá Para perceber que a informação não procede, pois em nosso município não existe qualquer tipo de usina ou usineiros.
            Todavia, outra característica (esta sim, verdadeira), não consta dos apontamentos da FUNAI nem dos estatutos da associação: dentre os sócios da referida entidade não há sequer um que seja descendente de índio. Não sei quais os critérios que a Fundação usa para identificar e caracterizar os componentes das diversas etnias indígenas, mas posso garantir que em Novo Oriente, quaisquer que tenham sido os meios usados, não foram suficientes para descobrir a farsa.
            Conheço pessoalmente cada um dos que hoje se dizem índios, tendo convivido por quase 06 décadas no meio em que eles também viveram e sei que a maioria deles é descendente de quilombolas sem nenhum cruzamento com “caboclos brabos”. Parte das terras reclamadas por eles pertence a minha família desde o século XVII.
            Uma informação para enriquecer o currículo dos potyguaras novoorientenses: grande parte dos neo-índios descende de cangaceiros que o “Padre da Varzinha”, conhecido fazendeiro tirano e déspota, importou dos sertões da Independência para fazer valer sua vontade por estas bandas.
            Não temos usinas. Em vez disso temos fábricas de falsas lideranças corruptas e mau-caráter e estas dificilmente disputariam alguma coisa com aquela, pois uma é cria da outra e ambas são passíveis de ações por falsidade ideológica e apropriação indébita, já que desviam recursos destinados à causa indígena para beneficiar pessoas que de índio não têm sequer um fio de cabelo, já que pelas características peculiares, teria de ser estirado.    


  

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Sales escreveu: "Meu caro Primo. Que bela inspiração quando redigiu sobre os potiguaras. De onde veio mesmo essa idéia? Eis uma das coisas que me envergonham. É triste constatar que com o intuito de usufruir de algum benefício muita gente deixa de lado qualquer princípio moral. Se é que um dia tiveram."

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