Imagem meramente ilustrativa
No Brasil, entre a proposição,
votação e aprovação de uma lei pelo Congresso Nacional, sua promulgação pela
Presidência da República e a aplicação final buscando os objetivos colimados
existe um longo caminho, escuro, tortuoso e cheio de desvios, quase sempre
colocados ali nas entrelinhas para possibilitar as traquinagens dos políticos.
A
Constituição de 1988 fez uma espécie de “mea culpa”, com quase quinhentos anos
de atraso, assegurando aos povos indígenas ainda existentes no Brasil, o
reconhecimento legítimo e legal dos direitos desta minoria, historicamente
negado desde que Pedro Álvares Cabral aportou por estas bandas. Complementando
os dispositivos constitucionais, dezenas de Leis Ordinárias, Decretos e
Portarias tiveram por objetivo interpretar, regulamentar e disciplinar a
convivência do índio consigo mesmo e com seu meio irmão cara pálida.
Daí surgiram
no cenário nacional, diversas Organizações não Governamentais, associações e
outras instituições similares sempre carregando nos Estatutos objetivos como
demarcação de terras, preservação dos costumes, promoção social, dentre outros.
Por absoluta falta de conhecimento não faço qualquer referência a nenhuma
destas Instituições constituídas, com exceção apenas à “Comunidade Potyguara”
localizada no município de Novo Oriente.
Quem se der
ao trabalho de visitar o endereço da FUNAI na internet vai descobrir que a
comunidade Potyguara, aboletada na associação de mesmo nome no município de
Novo Oriente, tem como característica as constantes disputas territoriais com
usineiros da região. De cara dá Para perceber que a informação não procede,
pois em nosso município não existe qualquer tipo de usina ou usineiros.
Todavia, outra
característica (esta sim, verdadeira), não consta dos apontamentos da FUNAI nem
dos estatutos da associação: dentre os sócios da referida entidade não há
sequer um que seja descendente de índio. Não sei quais os critérios que a
Fundação usa para identificar e caracterizar os componentes das diversas etnias
indígenas, mas posso garantir que em Novo Oriente, quaisquer que tenham sido os
meios usados, não foram suficientes para descobrir a farsa.
Conheço
pessoalmente cada um dos que hoje se dizem índios, tendo convivido por quase 06
décadas no meio em que eles também viveram e sei que a maioria deles é
descendente de quilombolas sem nenhum cruzamento com “caboclos brabos”. Parte
das terras reclamadas por eles pertence a minha família desde o século XVII.
Uma
informação para enriquecer o currículo dos potyguaras novoorientenses: grande
parte dos neo-índios descende de cangaceiros que o “Padre da Varzinha”,
conhecido fazendeiro tirano e déspota, importou dos sertões da Independência para
fazer valer sua vontade por estas bandas.
Não temos
usinas. Em vez disso temos fábricas de falsas lideranças corruptas e mau-caráter
e estas dificilmente disputariam alguma coisa com aquela, pois uma é cria da
outra e ambas são passíveis de ações por falsidade ideológica e apropriação
indébita, já que desviam recursos destinados à causa indígena para beneficiar
pessoas que de índio não têm sequer um fio de cabelo, já que pelas
características peculiares, teria de ser estirado.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSales escreveu: "Meu caro Primo. Que bela inspiração quando redigiu sobre os potiguaras. De onde veio mesmo essa idéia? Eis uma das coisas que me envergonham. É triste constatar que com o intuito de usufruir de algum benefício muita gente deixa de lado qualquer princípio moral. Se é que um dia tiveram."
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